sábado, 5 de abril de 2008

Eu vejo o presente repeti o passado


Eu vejo o presente repetir o passado
Eu vejo um rosto com algumas novidades
Eu vejo detalhes antes me negado
Eu vejo quem é, como se fosse quem foi.
Eu vejo o mesmo olhar numa face diferente
O mesmo sorriso em outros lábios
E como se o tempo lhe tivesse poupado
E lhe esculpido de novo ainda mais bela
Como pode dois seres ter a mesma essência.
Essência essa que sempre me encantou
Assim também como sempre me confundiu
Confunde-me, pois não sei o que diz,
Ou talvez porque tenha medo de saber
Antes eu tinha a desculpa da imaturidade
Hoje a desculpa fútil da cautela
Mas o certo e que sou tão vulnerável
E frágil como sempre fui,
Diante desta face que me encanta.

Muda-se o seu nome, muda-se o tempo,
Mais seu olhar e seu sorriso
Refleti a sua essência que é permanente
Permanência que me confronta
Contra minha própria natureza racional
Como quem zomba da própria razão.
Percebi que esta essência me afeta
Assim também como é afetada
Hoje descobri que sou refém desta essência
Independente de que trajes mortais ela veste.
Que ela transcende não só a linha do meu raciocino
Como também a linha do próprio tempo
Formando uma simbiose perfeita
Entre passado e presente
Como se o tempo e o espaço fosse
Um Eterno vai e vem da historia
Que nos dão novas oportunidades
De acertar o que erramos
Pra fazer o que não fizemos
Dizer o que não dizemos
E ser o que não fomos...

Ricardo de Souza Ângelo