sábado, 31 de maio de 2008

Triste Beleza

Sobre esta tua face pálida
Deste teu corpo quente
Com este olhar tristonho
Sobre esta boca sedutora
Esconde quem tu és
Ou quem tu gostarias de ser
Ontem triste, hoje alegre.
A manhã quem sabe
Quem és tu?
Ou o que esconde?
És tu um anjo?
E porque esconde suas asas?
Porque não voa anjo meu?
Voa a meu encontro
Cobre-me com tuas asas
Ou me leva em teu vôo
E sobre as nuvens que é teu lar
Deixe-me tê-la ainda que estejas triste
Pois sem beleza sei que nunca há de estar.

Ricardo de Souza Ângelo

quarta-feira, 28 de maio de 2008

Pensar e sentir

Penso no que sinto
Mas já não sei se sei sentir.
O meu sentir já virou racional
Pois para sentir tenho que ter uma razão
Mas para ter razão não e necessário sentir
Logo meu sentimento se torna irracional
E se eu me tornar racional talvez deixe de sentir
Se a razão vem do pensar, de onde vem o sentir?
Se eu penso logo existo
Se eu sinto logo não existo
Se não existo por sentir
Mas sim por pensar
Para que seve viver
Pra viver sem sentir
E o mesmo que morre sem pensar
Mas se pensamos e não sentimos
Então morremos e não vivermos
Pois penso que viver e sentir
E sentir e pensar com emoção
Por isto vivo pensando
Nos sentimentos vividos no meu coração.
Ricardo de Souza Ângelo

Vida e Morte


Eu morro diante da vida
E vivo diante da morte
Morro de ver a vida mal vivida
E vivo com a mortificação do morrer
Morro na banalização da vida
E vivo na valorização da morte
Na morte pela liberdade
Dos mártires da paz
Eu vivo na morte de Zumbi
No martírio de Tiradentes
Eu morro com a vida da burguesia
Desta juventude consumista
Morro com a vida estudantil
De conhecimento em massa
Corrompida pela falta de pensar
Eu vivo com a morte do inocente
Que me faz pensar que poderia ser eu
Ser eu na bala perdida, no volante do bêbado
Eu morro com a vida dos não pensantes
Daqueles que não questiona o próprio viver
Eu morro com a vida daqueles que estão do meu lado
E não ver eu sofre com um sorriso falso no rosto
Eu vivo na morte de um aborto
Em saber que aquela criança
Não vai ver a luz deste mal que chamamos de mundo
Eu morro diante da minha vida
Por não saber viver como as pessoas
Queriam que eu vivesse.
Ricardo de Souza Ânagelo