sexta-feira, 23 de maio de 2008

Hoje eu a vi

Hoje eu a vi,
Vi como nunca tinha visto antes,
Não estava com lindas vestes,
Mas linda com certeza estava,
À vela senti-me triste,
Como triste era a manhã deste dia
Que nem o sol se dispôs a brilhar.
Meus olhos buscavam exílio nos dela
E os dela não buscavam nos meus
Logo percebi que sua face fugia de mim
Então me calei mesmo falando.
Eu queria dizer tantas coisas,
Mas acabei não dizendo nada,
Ou melhor, nada que eu realmente queria dizer,
Fiquei ali a admirá-la,
Sentindo meus lábios falar coisas sem nexo
Percebi em sua face meiga,
Que ela também não entendia nada
Mas penso que ambos entendemos tudo,
Ali desarmados, feridos,
Percebemos que o tempo além
Das pessoas e os seus sentimentos,
Muda também o jeito da comunicação,
Antes calorosas palavras que fluíam,
Hoje forçadas palavras rígidas e frias,
Mas o que mais nos deixa pensativos,
É que dentro de nós, lá no fundo.
Ainda somos os mesmos,
Mesmo que parecêssemos estranhos.
Ricardo de Souza Ângelo