sábado, 21 de junho de 2008

Estrangeiros na minha cidade



Você já se sentiu estrangeiro em sua própria cidade, bairro ou subúrbio eu sou o típico cidadão do interior daqueles de cidadezinhas onde todos se conhecem, onde o ponto de encontro e sempre a praça principal, mas hoje me sinto um estrangeiro me sinto como um cego que entra em uma casa nova, pois já não conheço, mas todos os rostos que passam sobre mim, as ruas parecem mais estreitas com os calçamentos.
Onde ficava o velho campo de rara grama nativa e abundancia de terra, agora tem uma quadra de concreto e ferro;Nem a pracinha e mais a mesma nem posso canta aquela musica do Ronivon “a praça” pois os bancos não são os mesmos, muito menos o jardim e as flores, as pessoas também mudaram as crianças de antes agora são jovens os jovens agora são adultos e os adultos velhos e os velhos eu não preciso nem dizer, isto tudo me leva a sentir estrangeiro em um lugar onde sempre vivi mesmo vendo as coisas mudando aos poucos, mas agora olhando para trás me assusto como tudo mudou, e como um estrangeiro, ando sobre e chão da minha cidade buscando vestígios de um tempo que não volta mais, os vestígios não são da velha cidade das antigas casas e lugares mas vestígios da minha infância e minha adolescência, escondidas por detrás desta fachada nova que cobriu meu recanto existencial, como peregrino em terras alheias vejo o novo com saudade do velho, vejo o hoje com lembranças do ontem, em minha mente esta gravada uma memória fotográfica de tempos e momentos como num álbum de fotos antigas, e vez ou outra eu abro este álbum que é um dos poucos vestígios que restou, o engrado e que eu também mudei, mas ainda gosto das velhas musicas, dos velhos hábitos das velhas gírias o que me alegra e que posso ser um estrangeiro e talvez ate um turista em minha própria cidade, mas o que ninguém pode mudar é que ela foi é e sempre será minha cidade.


Ricardo de Souza Ângelo